A melhor definição para a minha entrada na Licenciatura em Tradução e Interpretação em Língua Gestual Portuguesa é: paraquedas.
Quando estamos num paraquedas não sabemos onde vamos calhar, pois foi tal e qual a esta licenciatura, eu não sabia para onde ia.
Comecei por sonhar ser bióloga marinha porque queria estar em contacto com os animais do mar, a seguir, quis ser psicóloga, professora de educação física, tudoooo o que possam imaginar. Mais velha, comecei a responder que queria ser mãe porque disso, eu tinha certeza. Mas nunca me veio à cabeça querer ser Intérprete de Língua Gestual Portuguesa – que acrescento desde já – é a melhor profissão do mundo!
Lembro-me da minha primeira aula de Língua Gestual Portuguesa, a primeira vez que estive com uma pessoa surda (o meu professor Ângelo Costa). Sentada na cadeira, maravilhada com tudo o que via, maravilhada com o primeiro gesto que assimilei, o gesto Outono e toda a explicação: da árvore, da folha a cair… toda a lógica, toda a beleza, senti uma ligação tão grande que foi a primeira vez que realmente me foquei em aprender algo. Queria mais mais mais mais!
Dizem-me sempre: “Deve ter sido difícil aprender”.
Como pode ser difícil se ainda hoje me sinto sentada na cadeira a olhar ao redor?
É incrível!
Aprendam Língua Gestual Portuguesa! Informem-se nas associações de Surdos, vejam se existe alguma perto da vossa localidade, procurem professores de Língua Gestual Portuguesa, questionem-me onde se pode aprender que eu digo com todo o amor!
Aprendam por vocês e pelos outros.
Juntos, quebramos barreiras!